A CONDIÇÃO DO CAMPO

"A Condição do Campo” foi um ciclo de programação bienal, dedicado à investigação do cruzamento da noção de escultura com outras disciplinas artísticas. Tendo, como ponto de partida, o diálogo com a matéria • pedra • mármore, os artistas residentes desenvolveram o seu trabalho à luz da revisão de conceitos críticos à produção escultórica, em articulação com as suas práticas e outros vocabulários, convocando uma leitura atual do enunciado proposto em “Escultura no campo ampliado” por Rosalind Krauss.


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Miguel Teodoro

RESSONÂNCIA

2023


“Ressonância” é um projeto de criação de Miguel Teodoro. Convoca correlações entre corpo, território e cultura material para pensar a condição contemporânea do território do Alentejo, em articulação com noções de ancestralidade, reciprocidade, descontinuidade e ecologia. Propõe,como abordagem metodológica, a identificação do “território com/o corpo” (embodied landscape) e a identificação do corpo do artista enquanto dispositivo sensorial, capaz de produzir informação e de reclamar o potencial de produção de conhecimento, no contexto da criação. O artista recorre a uma "arqueologia ficcional de emergência” que compreende uma investigação comparativa dos utensílios arqueológicos e tradicionais utilizados,quer na agricultura,quer na extração do mármore, para propor uma leitura de correspondências entre estes “sistemas” de ferramentas. A investigação objetiva-se com a criação de coleção de objetos executados em pedra, com recurso apenas às “sobras” ou resíduos de extração de pedra (matéria que pelas suas dimensões ou qualidades não encontra mercado). O relevo atribuído às ferramentas manifesta-se, também, através do registo sonoro da sua utilização durante o ato de esculpir. Recorrendo a “audio field recordings” captados durante o processo de trabalho, atende-se ao registo das qualidades de reverberação do som que as superfícies e volumes de pedra oferecem, mas também à espacialização, amplificação e manipulação sonora que esse registo potencia. Os objetos escultóricos produzidos serão apresentados em ambiente instalativo onde o som, a pedra e a imagem, se afirmam como veículos possíveis para a reativação de narrativas, pretexto para pensar os fluxos de resíduos e matérias da região e dar nota dos desafios climáticos latentes, a partir da perspetiva do pensamento ecocrítico.



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MAURA GRIMALDI

SAXA LOQUUNTOR

2023


“Ressonância” é um projeto de criação de Miguel Teodoro. Convoca correlações entre corpo, território e cultura material para pensar a condição contemporânea do território do Alentejo, em articulação com noções de ancestralidade, reciprocidade, descontinuidade e ecologia. Propõe,como abordagem metodológica, a identificação do “território com/o corpo” (embodied landscape) e a identificação do corpo do artista enquanto dispositivo sensorial, capaz de produzir informação e de reclamar o potencial de produção de conhecimento, no contexto da criação. O artista recorre a uma "arqueologia ficcional de emergência” que compreende uma investigação comparativa dos utensílios arqueológicos e tradicionais utilizados,quer na agricultura,quer na extração do mármore, para propor uma leitura de correspondências entre estes “sistemas” de ferramentas. A investigação objetiva-se com a criação de coleção de objetos executados em pedra, com recurso apenas às “sobras” ou resíduos de extração de pedra (matéria que pelas suas dimensões ou qualidades não encontra mercado). O relevo atribuído às ferramentas manifesta-se, também, através do registo sonoro da sua utilização durante o ato de esculpir. Recorrendo a “audio field recordings” captados durante o processo de trabalho, atende-se ao registo das qualidades de reverberação do som que as superfícies e volumes de pedra oferecem, mas também à espacialização, amplificação e manipulação sonora que esse registo potencia. Os objetos escultóricos produzidos serão apresentados em ambiente instalativo onde o som, a pedra e a imagem, se afirmam como veículos possíveis para a reativação de narrativas, pretexto para pensar os fluxos de resíduos e matérias da região e dar nota dos desafios climáticos latentes, a partir da perspetiva do pensamento ecocrítico.



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RENATA BUENO
DESENHO NUMA PEDREIRA
2023

“Desenho numa pedreira” consubstancia uma investigação da artista Renata Bueno sobre a as possibilidades do desenho em relação com a paisagem e com as pessoas que trabalham nas pedreiras de mármore da região do Alentejo. Parte da possibilidade de introduzir, nas dinâmicas do exigente quotidiano de trabalho de extração da pedra, um enunciado poético que toca a “distribuição polémica das maneiras de ser e das “ocupações” num espaço de possíveis.”, conforme proposto em “Da arte e do trabalho. Em que é que as práticas artísticas são e não são excepções quando comparadas com outras práticas”(Rancière,“A partilha do sensível”,2010). Por via da prática com (e através) do desenho, a artista coloca em evidência a oposição entre a “banalidade” do trabalho e a “excepcionalidade” artística e afirma a urgência do registo vídeo e fotográfico de experiências partilhadas e efémeras, como forma de preservar e partilhar inquietudes:“Encontrei uns desenhos de um homem. Um trabalhador das pedreiras que, às vezes, escondido, desenha nas pedras. Tímido. Como é que alguém que corta, que usa máquinas gigantes para elevar blocos de toneladas se pode deixar intimidar por um riscador? Mas risca, não deixa de desenhar um pássaro, um bloco, uma flor. (...)” (Renata Bueno, 2022). A prática artística de Renata Bueno compreende o desenho como a ação de compor o espaço em relação com outro, fazendo da participação ativa da mão de obra qualificada da indústria um elemento essencial para desenhar em grande escala, com o auxílio de máquinas pesadas, numa coreografia que convoca todas as fases da extração e os desperdícios materiais desse processo.