Geologia da Atenção  

A Associação Cultural Pó de Vir a Ser desenhou uma  "Geologia da Atenção" para os próximos dois anos (2025-26). O programa abre as possibilidades artísticas e culturais da geologia como um estudo da atenção, mantendo a pedra como matéria primeira, e a escultura como prática que atravessa campos enquanto comuta estratégias, modos de fazer e de pensar.

Procuramos o que se transforma, recombina e se funde num movimento tão ancestral quanto atual na rocha, naquilo que nos constitui e também no que nos rodeia. O que se move e varia na aparente superfície estagnada da crosta, de uma forma? Como despertar a atenção para essa pequena, mas efetiva, escala de transformação das coisas, da matéria? Para manter estas questões abertas, ao longo de 2025 refletimos sobre os usos atuais dos minerais e trabalhamos a noção de atenção como um modo de prática artística, social, política.

Com este desejo, pensamos a Geologia da Atenção a partir de quatro eixos que se cruzam entre si: criação, programação, mediação e investigação.rama abre as possibilidades artísticas e culturais da geologia como um estudo da atenção, mantendo a pedra como matéria primeira, e a escultura como prática que atravessa campos enquanto comuta estratégias, modos de fazer e de pensar.































































Recursos Minerais - Criação


No eixo de Criação que designámos por Recursos Minerais, três coletivos irão, ao longo de 2025, transitar e articular campos através da escultura, paisagem, arquitetura e urbanismo, recombinando modos de fazer para um novo espaço em criação. O olhar, o caminhar, o toque e o pensamento autónomo são algumas das relações espaciais que pedem atenção para existir, e que se refletem neste eixo da programação.

Com Autonomia das Pedras, de Pedro Fazenda e Rodrigo Pedreira > FAHR 021.3 >  Pousio.





Para Aprender da Pedra, Frequentá-la - Mediação

Este ciclo designa o trabalho de mediação na Pó de Vir a Ser. A mediação terá, assim como os outros eixos, uma dimensão ampla e multidisciplinar. Neste campo expandido, buscamos modos de relação que ativem as comunidades e ampliem a criação de públicos diversos. Com a atenção como uma forma ativa de mediação, integramos: conferências para crianças, palestras performativas, crítica institucional, visitas e caminhadas articuladas com criações artísticas, visitas organizadas às atividades da Pó de Vir a Ser, encontros com especialistas, sessões híbridas entre Portugal e Brasil organizadas através do ciclo Casa sem Telhado.

Com Renata Bueno, Assimagra - Recursos Minerais de Portugal, António Guerreiro e Institute of Radical Imagination (IRI).





A Condição do Campo - Programação



A Condição do Campo é um ciclo de residências artísticas que busca a experimentação da escultura com outros suportes artísticos – som, fotografia, pintura, desenho, performance e/ou literatura. Como um campo de experimentação e recombinação, este eixo busca a reorganização da pedra e da escultura para novas linguagens e possibilidades artísticas, expandindo seus limites, e refletindo sobre sua condição.

Com Isabel Carvalho, Silvana Ivaldi, Marcelo Moscheta, Júlia Dupont, Tita Maravilha e Gustavo Ciríaco,Sementeira (Filipa Madeira - Artista Sementeira).



Corrume, Fio da Pedra - Investigação



As palavras "corrume" e "fio da pedra" traduzem a linha de sentido por onde a rocha se abre com a economia de meios e menor desperdício, e utiliza técnicas rudimentares como o escopro e o martelo para dar forma a blocos de pedra de várias dimensões. Configura-se como um conjunto de atividades de investigação in situ complementares à produção artística, incluindo edição, ensaios críticos, história da arte, curadoria, geologia e geografia. 

Com António Guerreiro, Noel Moreira e Vai Vem Estúdio.

fotografias @Carolina Lecoq.





GEOLOGIA DA ATENÇÃO é o programa bienal da Pó de Vir a Ser. A Pó de Vir a Ser é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direcção-Geral das Artes e Município de Évora. Integra a RPAC - Rede Portuguesa de Arte Contemporânea.