Fotografias
Ossa | Isabel Carvalho
20 de setembro de 2025 a 3 de outubro de 2025
quinta-feira a sábado das 14h às 19h
Galeria Plato - Rua Lagar dos Dízimos 4, Évora
Inauguração
20 de setembro | 17h às 20h
Entrada livre
A exposição Ossa reúne o trabalho desenvolvido por Isabel Carvalho durante a sua residência na associação Pó de Vir a Ser. Com a ideia preliminar de situar Évora num repertório das melopeias do trabalho com pedra, a artista criou, na cadência própria do seu labor, um coral de pequenas esculturas ou seres: as Osseanes. O poema é mineral, canta-se à Serra de Ossa, esse vestígio oceânico da região, manifesto nos veios e na voz de cada Osseane. A fábula é material, ganha corpo no coral – no coletivo – que conjura a água como um comum mais-do-que-humano, no Alentejo ou outra bio-região multilocalizada.
A melopeia das Osseanes é, ela própria, escrita numa partitura também em exposição, trazendo a prática da escrita e da edição como um dos constituintes distintivos do trabalho de Isabel Carvalho. Do mesmo modo, e como nos vem habituando ao longo do seu percurso, a artista procurou outros discursos e interjeições colaborativas com o editor Gonçalo Sena, o poeta Nuno Marques, e o acompanhamento artístico de Pedro Fazenda e Mariana Mata-Passos ao longo da sua residência.
Esculturas: Isabel Carvalho
Textos: Isabel Carvalho, Nuno Marques
Produção: Pó de Vir a Ser
Parceria: Galeria Plato
A exposição Ossa surge no âmbito do ciclo de residências A Condição do Campo. A Condição do Campo é um ciclo de residências artísticas que busca a experimentação da escultura com outros suportes artísticos – som, fotografia, pintura, desenho, performance e/ou literatura. Como um campo de experimentação e recombinação, este eixo busca a reorganização da pedra e da escultura para novas linguagens e possibilidades artísticas, expandindo seus limites, e refletindo sobre sua condição.
GEOLOGIA DA ATENÇÃO é o programa bienal da Pó de Vir a Ser. A Pó de Vir a Ser é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura, Juventude e Desporto / Direcção-Geral das Artes e Município de Évora. Integra a RPAC - Rede Portuguesa de Arte Contemporânea.
Isabel Carvalho
(Porto, 1977). O seu percurso artístico caracteriza-se por uma forte componente experimental, sustenta-se na investigação, principalmente no domínio da filosofia e da literatura. Desenvolve o seu trabalho numa estreita articulação entre as artes visuais, a escrita, a edição e a publicação de livros, um conjunto de práticas que, ao longo dos últimos anos, tem vindo a expandir para a escultura, a ocupação do espaço tridimensional e a performance.
Entre as suas exposições individuais mais recentes, destacam-se: Editoria Errância, na Culturgest (2024, Lisboa); Mimológica, na Galeria Quadrado Azul (2025, Lisboa); Casting a Sounding Voice, no CAAA — Centro para os Assuntos da Arte e da Arquitetura (2023, Guimarães); Museu Mineiro, na Galeria Quadrado Azul (2022, Porto) e Langages Tissés, no Centre d’Art Le Lait (2021, Albi, França). Coletivamente participou, de uma seleção de exposições recentes, em Da desigualdade constante dos dias de Leonor, no Centro de Arte Moderna – CAM (2024, Lisboa); Derivas e Criaturas, na Galeria Municipal (2023, Porto); Strange Attractor, no Pavilhão Branco (2021, Lisboa); e Pés de Barro, na Galeria Municipal do Porto (2021, Porto).
Realizou residências artísticas internacionais no PAN Café (Paris), no NTU Centre for Contemporary Art Singapore (Singapura), na Künstlerhaus Bethanien (Berlim, Alemanha) e na Maaretta Jaukkuri Foundation (Lofoten, Noruega). Em Portugal, participou nos Encontros da Primavera (Picote), Performing the Archive (Porto) e na OSSO (São Gregório), entre outras iniciativas.
Em 2017, iniciou a revista Leonorana, da qual é autora e editora. É membro fundador da EARTHSEA — Associação Cultural dedicada à promoção e disseminação da investigação artística interdisciplinar, com enfoque na interseção entre ecologia e tecnologia.