Fotografia
Paula Freitas

Geologia da Atenção  |  A Condição do Campo | Residência Artística de Tita Maravilha

16 de junho a 14 de julho
Local: Pó de Vir a Ser, Évora

Ao longo de quatro semanas, a artista Tita Maravilha estará em residência artística na Pó de Vir a Ser, em Évora. Tita propõe uma investigação em torno das noções de corpo, presença e memória, a partir da recontextualização da ideia de escultura como força elementar — quer num espaço íntimo e doméstico, quer num tempo pautado pela vida quotidiana.

Com este enquadramento, a artista investiga e cria em torno dos “cacarecos” ou, nas suas palavras, “a beleza das pequenas coisas. Junta teu caco no meu e, com  supercola, nos tornamos um só. Uma busca pelas pequenezas, pelo que encontro no percurso, por criar uma mansão feita apenas das coisas que vou achando pelo caminho. Vou me embelezar com jóias feitas dos restos do pequeno-almoço. Objetos desimportantes que, no meu coração, valem ouro. A bijuteria vale mais que o diamante.

Nesta residência, como ideia geral: colher, selecionar, guardar com amor, escrever algo, se enfeitar… e logo se vê.”


Condição do Campo é um ciclo de residências artísticas que explora a escultura em diálogo com outras formas de arte, como som, fotografia, pintura, desenho, performance e literatura. Esse espaço de experimentação busca novas formas de organizar a pedra e a escultura, expandindo seus limites e refletindo sobre seu significado.

GEOLOGIA DA ATENÇÃO é o programa bienal da Pó de Vir a Ser. A Pó de Vir a Ser é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direcção-Geral das Artes e Município de Évora. Integra a RPAC - Rede Portuguesa de Arte Contemporânea.









Tita Maravilha estudou Artes Cênicas na Universidade de Brasília. Define-se como “inventora de universos” e afirma trazer para os seus processos artísticos “as dores e delícias de ser um corpo dissidente”. Nascida no Brasil, participou em vários espetáculos e projetos no seu país antes de se mudar para Portugal, onde reside desde 2018.

Artista multidisciplinar, desenvolve o projeto Trypas Corassão — uma potente mistura de música eletrónica, performance e poesia — e assina diversas criações autorais, como Tita no País das Maravilhas (2021), Exercício para Performers Medíocres (2021), Exercício para um Teatro Pobre ou Carta a Grotowski (2022) e As Tr3s Irms (2022), vencedor da 5.ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço.

É também programadora do Precárias: Festival de Performance, que em 2024 passou por Viseu, Montemor-o-Novo, Porto e Paris, consolidando-se como um espaço de resistência e experimentação artística. Caminhando em 2025, para a sua terceira edição.

O trabalho de Tita Maravilha celebra a individualidade e a criação de espaços de diálogo e sentimento de comunidade. Explora as fronteiras de diversas práticas artísticas, aliando a dimensão estética e crítica, com um toque de humor e ativismo.

Num urgente reconhecimento da potência política e transformadora da arte teatral, Tita Maravilha foi a vencedora da edição de 2024 do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II.

+info
https://www.titamaravilha.com/
https://www.instagram.com/tita.maravilha/